YMCA Special Needs Camp - Intercâmbio nos EUA trabalhando com crianças e adultos com necessidades es
Muitas vezes, escutamos que trabalhar com pessoas com deficiências físicas ou intelectuais é algo para quem tem “paciência de santo”. Não é verdade. O que é preciso para assumir essa função é muito simples, compaixão e empatia.
Quando você coloca uma pessoa que trabalha com crianças e adultos com necessidades especiais no mesmo patamar de um santo, você diz, de uma forma muito pouco sutil que esse trabalho é tão difícil que é preciso que você faça um esforço quase que divino, extra-humano.
Esse pensamento acaba criando uma justificativa muito comum para muita gente nem cogitar esse trabalho. Afinal, se “eu sou apenas humano”, é mais fácil deixar para Cosme, Damião, Luzia e Ágata o trabalho de cuidar dos deficientes físicos, cegos, emocionalmente perturbados e doentes. Esse é o mecanismo de defesa do “eu não sou santo”.
Essa atitude é muito comum em feiras de recrutamento de intercâmbio, você vê aquele grupinho de interessados em intercâmbios no exterior passando de estande em estande olhando fotos de crianças felizes em summer camps, de jovens esquiando de snowboard, e quando eles chegam em um estande com intercâmbios de special needs, passam correndo. De vez em quando rola aquela desculpa, que vem cheia de vergonha de que não tem "paciência o bastante", "experiência" ou "habilidade" para topar esse tipo de trabalho.
Isso é a desculpa do “eu não sou santo” batendo mais uma vez, e a gente ensina como superar isso tudo e aceitar esse desafio.
1. “Eu não sou nenhum santo” X "Eu sou capaz"
Se você está pensando em trabalhar em um camp de necessidades especiais, as preocupações iniciais que podem vir à sua cabeça são normais, mas pode ter certeza que no final do verão você vai ver que a preocupação e o medo iniciais valeram a superação.
Comece pensando que o desejo de ajudar pessoas com deficiências é uma característica muito íntima do ser humano. Nós somos as únicas criaturas que desenvolvem comportamentos semelhantes (ok, eu sei que você vai querer discordar mencionando aquele vídeo de cortar o coração de um gatinho ou cachorrinho tentando ajudar o companheiro).
Como um monitor de acampamento de verão, a sua contribuição pode começar em um nível de ajuda física, guiar uma criança cega pelo bosque, levantar uma pessoa com deficiência de sua cadeira de rodas para a piscina, e ir para um nível maior, ajudando essas pessoas a se sentirem um pouco mais "normais" e parte da sociedade.
É importante você ter a capacidade de se imaginar na situação do outro e fazer algumas perguntas muito profundas sobre os caprichos da vida e pequenas coisas que você não nota diariamente.
2. Corra o Risco
Você assume um risco muito grande quando decide trabalhar em qualquer acampamento de verão, especial ou não.
Você deixa o conforto da sua casa e vai para um ambiente mais primitivo, a milhares de quilômetros do seu país e trabalha muito (mesmo) durante dois a três meses nesse ambiente.
Você vai gostar das crianças? As crianças vão gostar de você? Você vai se dar bem com o staff? Você consegue dormir em uma cabana ou barraca sem aquecimento ou ar-condicionado? A comida vai ser comestível?
E se você for para um camp de necessidades especiais? Você ainda vai ter que enfrentar o desafio adicional de trabalhar com pessoas que podem ter déficits de comportamento, usar aparelhos ortopédicos, ter necessidades de cuidados físicos, defeitos de fala, dificuldades de aprendizagem e outros problemas que afetam a capacidade delas de adaptação ao acampamento.
Você vai trabalhar com crianças e adultos que muitas vezes são isolados da parte dominante da sociedade e tentar ajudá-los a ter uma experiência maravilhosa em um acampamento de verão.
3. Desafios Adicionais para o Staff Internacional
Para nós, risco ainda tem uma terceira parte, a cultural. Para quem quer trabalhar nos EUA e viver o sonho americano, não é apenas ir chegando. É preciso conseguir um visto, voar para os EUA, passar pela imigração, e chegar a um camp rural que pode ficar a vários quilômetros da estação de trem mais próxima.
Ainda é preciso considerar a mudança de clima, comida e cultura, que pode acabar com seu humor e boa vontade (e estômago). Há questões linguísticas, mesmo para aqueles que estudaram Inglês durante anos, tendo que lidar com uma avalanche de expressões idiomáticas, gírias e vocabulário de acampamento.
4. Melhorando seu Currículo (MUITO)
Uma das muitas vantagens de se trabalhar com pessoas com necessidades especiais é melhorar seu currículo. Se você tem uma carreira na área de educação especial, fisioterapia, terapia ocupacional, ou profissões similares, a experiência prática do camp pode te ensinar o que você não vai aprender dentro da sala de aula ou a partir de um livro.
Você vai conseguir testar o seu comprometimento com esse tipo de trabalho e vai ter a oportunidade de redirecionar sua carreira (se necessário), antes mesmo de terminar sua graduação e estudos.
Se você não tem nenhum objetivo nas áreas acima, trabalhar em um acampamento de necessidades especiais também é uma experiência profissional muito valiosa. Ter um currículo que revela uma preocupação social no bem-estar dos outros é algo muito bem recebidos por empregadores e recrutadores de vagas. Sua experiência no camp pode demonstrar valores e qualidades para o seu entrevistador que podem superar médias de notas e resultados de provas.
5. Aprender Lições de Vida
Trabalhar com crianças e adultos com necessidades especiais pode te ensinar lições muito importantes na vida. Você compreende melhor os problemas que afetam essas pessoas cotidianamente e tudo isso pode ser de grande ajuda para você na sua própria vida, especialmente porque você pode enfrentar decisões críticas sobre o desenvolvimento de seus próprios filhos um dia.
Você também aprende que algumas das dificuldades enfrentadas por essas crianças e adultos é muito relacionada com a maneira como eles são percebidos e tratados pela sociedade em geral.
Você nunca mais vai passar por uma pessoa cega esperando para atravessar a rua sem oferecer ajuda. Você nunca mais vai ficar irritado com o tempo que o motorista de um ônibus leva para abaixar a rampa de deficientes físicos para um usuário de cadeira de rodas subir a bordo.
Sua atitude em relação às pessoas com necessidades especiais vai ser alterada para sempre, e para o bem, e você vai ser um porta voz de uma maior conscientização de outras pessoas.
6. Recompensas são proporcionais ao risco
Quanto maior o risco, maior a recompensa. A diferença que você faz durante o verão nas vidas de crianças e adultos com necessidades especiais torna-se uma experiência valiosa a partir da qual você irá se beneficiar por toda a sua vida.
Trabalhar com públicos com necessidades especiais não requer qualidades extra-humanas. É apenas uma questão de mudança de atitude e usar essa oportunidade para adquirir o máximo de experiência possível.
Pronto para trabalhar muito, fazer a diferença, melhorar o seu currículo e seu inglês e ter o melhor verão de sua vida?
Inscreva-se para o ICCP - Special Needs Camp, programa oficial da ACM/YMCA Minas Gerais que desde 1982 treina e seleciona intercambistas para atuar como líderes de acampamentos de verão nos EUA, você não vai se arrepender!
Mais informações: www.institutostepup.org ou (31) 98811-0408 e (31) 98444-6292 (whatsapp)
Início do processo seletivo - Setembro/2016
*Esse artigo é uma adaptação do original publicado na American Camp Association - Working with Children with Special Needs